segunda-feira, abril 26, 2010

Misfits


Há anos que comprar soutiens é um tormento. "Não tem maior?" "Maior?!" respondem indignadas, "não, não, este é o maior que temos. Tem de lhe estar bem". Pois, mas na maioria das vezes não estava. E entre comprar um giro que deixa metade de fora e um soutien de velha, que faz pendant com uma elegante cinta, tenho preferido os primeiros, vá se lá saber porquê.



Descobri um sítio que se anunciava diferente. No dama de copas não apenas poderia encontrar soutiens bem bonitos, modernos e originais como me garantiam atinar finalmente com o meu tamanho, enquanto me tratavam de forma personalizada.



"Está lá um gajo a mexer-vos nas mamas é?", perguntou alegre o meu consorte, seguramente a pensar em todo um nicho de mercado que se lhe abria. "Não sejas parvo, claro que não. Quer dizer, acho. Hum, presumo que não"



E lá fui eu baixa chiado fora, decidida a enfrentar o desconhecido na esperança da sustentação correcta. Encontrei não só apenas mulheres (ufa), como muito simpáticas, disponíveis e com vontade de me ajudar a encontrar não um mas o soutien. A felicidade existe, afinal.


Descobri que sou um 32G, número que eu pensava reservado às porn stars siliconizadas e oxigenadas. Depois do choque inicial, a redescoberta do meu corpo com o suporte adequado ao meu tamanho foi de tal forma surpreendente que tive vontade de beijar a minha salvadora, mas depois de me ter ensinado a enfiar as mãos nas copas para ajustar o volume achei que podia ser mal interpretada. Limitei-me a invejar alguém cuja profissão é fazer os outros felizes.



Quando cheguei a casa senti-me uma feminista dos anos 60, ou uma groupie dos Beatles em véspera de concerto. Peguei nos soutiens quatro tamanho abaixo do meu que andei a usar este tempo todo e enfiei-os num saco.



With God as my witness, I shall never be misfitted again.

2 comentários:

Alvaro_C disse...

O mundo está a ficar um sítio fácil para Mulheres e impossível para os Homens... Onde se encontra um serviço desse calibre para Homens? Pergunta aí ao teu consorte se não seria útil encontrar o trousse ideal... Nem grande nem pequeno, com a medida justa e confortável, capaz de garantir a temperatura e a pressão adequadas. A Dama de Copas não estaria interessada em criar um spin-off para o trousse? Eu investia nisso... "A Dama do Trousse". Tal como na Dama de Copas eu apostaria num serviço exclusivamente feminino. Good for business...

D. Ester disse...

o consorte teve precisamente a mesma ideia. Juntem-se e aproveitem a oportunidade que a crise vos dá para gozarem este nicho de mercado e ficarem ricos. O jeitão que isso me dava, ter um marido rico.