quarta-feira, fevereiro 04, 2009

the picasso within

Tenho um desgosto desde que me conheço - sou totalmente negada para o desenho. Durante os anos em que fui obrigada a tê-lo na escola os professores compadeciam-se do meu esforço e davam-me o suficiente para passar, não era por não tentar era por ser uma naba completa.

Descobri hoje uma avaliação do professor de Educação Visual do 2º ano do ciclo que resume bem essa minha faceta:

"A Menina Ester conseguiu com o interesse ultrapassar algumas das suas dificuldades de representação do real e de comunicação visual. Revelou criatividade. Deve continuar a trabalhar para manter o aproveitamento satisfatório".

De partir o coração.

Valeram-me as matérias em que podia aplicar a dita criatividade em linguagens que não requeriam a motricidade fina, e que não me tiravam pontos pela caligrafia - tão penosa como o desenho.

3 comentários:

Alvaro_C disse...

"dificuldades de representação do real"

hmmm... essa parte é que me parece interessante. Não ter jeito para desenho é muitas vezes uma manifestação de uma dificuldade mais geral: a da representação do real. Pelo menos no meu caso é...
Desconfio sempre da minha representação das coisas. É demasiado grosseira e falta-lhe perspectiva. No outro dia estava alguém ao meu lado no café a desenhar uma casa, com fumo a sair da chaminé. E eu pensei nessa capacidade de representar coisas assim, tão fieis ao original. O fumo das minhas chaminés ainda é aquele dos desenhos dos 5 anos. Uma linha ascendente em espiral.

sem-se-ver disse...

este post podia ter sido escrito por mim.

salvo que os meus professores de Desenho, como se chamava à época, nem o alento me davam de uma apreciação dessas...

D. Ester disse...

"deve continuar a trabalhar para manter o aproveitamento satisfatório" não é grande alento... eu tinha 3 apenas porque eles tinham dó de mim.

a representação do real pode ser tramada, mas o real-ele-mesmo também. às vezes mais vale uma representaçãozinha a fazer as vezes.