Depois de ter descoberto numa ida ao pavilhão do conhecimento que sou um homem por dentro, vêm agora uns analistas da blogosfera repôr a verdade dos factos, a que tive acesso graças à Joana Lopes. Dado que falo sobre o meu ponto de vista (ainda não sou suficientemente esquizofrénica para me desdobrar em heterónimos que não os nominais) e não tenho tempo nem paciência para actualizar diariamente o blog (parece que os homens, por decerto ausência de actividades domésticas, o fazem), sou indubitavelmente do sexo feminino. Andava há mais de um ano inquieta com a minha fisionomia que contrariava a prova científica, agora posso estar tranquila com a existência de ovários que me tornam escrava não apenas das hormonas como dos meus pontos de vista.
Querem intervenção, cidadania, debate e troca de conhecimentos? Vão bater a outra porta, aqui vive uma gaja. Que fala de si, dos outros, dos conhecidos e desconhecidos, de moscas, empreendorismos, ordenamento do território, da condição social, mas sempre sem conversar com outros, sem pensar e sobretudo sem intervir, Deus me livre. É que para intervir há que tê-los e no sítio, e pelos vistos ler muitos jornais para ter opinião. Eu leio a newsletter do portal do cidadão e é um pau.
Uso saltos altos, cabelo comprido, unhas arranjadas, pinto os olhos, posso lá eu ter tempo entre a depiladora e umas receitas de bacalha à brás, nos dias em que não vou ao salão erótico, para escrever sobre coisas sérias. E sobre temas que façam pensar.
Hoje houve alguém que aqui veio dar procurado no google por respostas curtas parvas e idiotas. Nunca este blog foi tão bem definido.
4 comentários:
Car@ D. Ester,
É com enorme satisfação que vemos que se interessou pelo nosso trabalho. Uma vez que esta é uma matéria insuficientemente estudada, estamos a tentar fazer o mapeamento da questão.
A primeira abordagem traduziu-se nas comunicações “Os bloggers têm sexo? Contributo para o mapeamento da participação feminina na blogosfera”, apresentada no IV Encontro de Blogues, e “As vozes femininas na blogosfera: um olhar sobre a realidade do Minho”, que vai ser apresentada no I Congresso de Ciberjornalismo, no Porto, de que o DN dá conta.
Estamos, por isso, longe de poder apresentar a “verdade dos factos”. Temos aliás, nesta fase, mais perguntas do que respostas.
Caso manifeste interesse, podemos remeter-lhe mais informação, mas não prometemos que seja ainda hoje porque, como sabe, escrever ao computador com as unhas compridas não é tarefa fácil, mesmo para analistas da blogosfera...
Cara Luísa Teresa Ribeiro,
Lamento profundamente que recuse repor a verdade dos factos neste detalhe, tão importante para a minha identidade de género. Ficarei atenta ao desenrolar do vosso estudo através do vosso blog, com a esperança posta nesse resultado.
Escrever ao computador com unhas compridas é uma grande maçada, tem toda a minha solidariedade e compreensão nessa matéria.
Calculo que apenas possa ficar contente com a projecção bloguistica que os resultados preliminares do estudo teve, mesmo que não sejamos minhotas ficamos com os olhos postos no futuro do vosso trabalho.
Atentamente,
D. Ester
Postas fotos destas e depois admiras-te que o google te apanhe no nono erótico...
Depois de estar no nono erótico há que alimentar os leitores, sou uma filantropa.
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