quinta-feira, outubro 09, 2008

A dor sentida pela dor causada


Aceitam-se sugestões para aceitar o arrependimento alheio. Para descobrir como é que, verdadeiramente, se aceita a dor sentida pelo mal causado como reparador do dano sofrido. O deus que os homens criaram é infinitamente bom e misericordioso, mas tenho dúvidas que isso seja a imagem e semelhança do que têm dentro de si. Os homens tentaram encontrar uma entidade com as qualidades que lhes faltavam. Mas isso apenas faz com que nos sintamos em falta quando não conseguimos ser divinos como gostaríamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao concordo com varias coisas, talvez por nao entender muito bem onde queres chegar.

A que "deus que os homens criaram" te referes? O cristao? Jeova? Ala? Shiva? Brama? Vixnu? No caso hindu tens a questao da "criacao da divindade" como uma abstraccao dos ciclos naturais "nascimento-evolucao-morte". Inclino-me mais para a perspectiva de que a religiao e um reflexo, entre outros, da nossa necessidade em organizar o mundo a nossa volta e projectarmos nele uma resposta absoluta para a questao ontologica.

Quanto ao arrependimento, pelo menos tal como o descreves, e algo muitissimo mais particular que a religiao como actividade humana. Esta intimamente ligada a cultura crista e mais particularmente catolica. Talvez por isso ache que
"Para descobrir como é que, verdadeiramente, se aceita a dor sentida pelo mal causado como reparador do dano sofrido" se usa outro conceito muito católico que é o Perdão. Os protestantes têm já uma atitude bastante dispar disto.

No mais, não entendi onde queres chegar ao certo... onde?

D. Ester disse...

dado que não sou muçulmana ou indiana, é natural que me refira ao deus com que cresci. na realidade não são assim tão diferentes, todos construídos à imagem e semelhança da perfeição humana.

Onde quero chegar é de que forma se consegue processar o arrependimento do outro por um dano brutal que nos fez. Ou, de forma contrária, de que forma podemos fazer com que alguém a quem fizémos mal nos desculpe e não apenas com palavras. As palavras contam pouco no plano das intenções dos afectos. O que conta é o que se faz e como.